Tapera da Solidão

Numa pequena tapera

Lá na mata abandonada

Vagueia um ser tristonho

De emoção dilacerada,

Por tantos golpes na vida

Por não encontrar guarida

Se perdeu na longa estrada.

Atravessou seu deserto

Cheia de dor e agonia

Sentiu sede de amigos

E fome de companhia

Molhou o rosto com pranto

Suplicou dos céus um manto

Consolador de Maria

Um sentimento sombrio

Um padecer tão perverso

Sentindo triste abandono

No seu pequeno universo

Vivia um grande dilema

Pois o seu triste poema

Não tinha rima nem verso

Com sofrimento imerso

Tentando sobreviver

Buscando a esperança

Para não enlouquecer

Veio a faca da saudade

Rasgou com perversidade

O sentido do viver

Procurando por ajuda

No meio da multidão

Viajou para bem longe

Perto da imensidão

A alma foi aquietar

Resolveu então morar

Na tapera solidão

Aida Faria
Enviado por Aida Faria em 10/02/2020
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