A morte de uma amada.

Quando a vi, ainda que em seu leito coberto de flores mortas,

cujo a fragrância da vida não mais podia sentir.

Ajoelhei-me então.

Ó princesa da noite, eis que então deixai-me aos seus pés novamente.

O que serás de um homem que pelo amor a muito lutou,

e que na fragilidade da vida agoniza os olhares distantes daqueles que a cercam amortalhada em seda, cujo véu lhe cai o corpo.

Confortai-me agora em seu negro manto, desprovido de sentimentos e desejos honrando-me com pálidas lembranças e uma eterna solidão.

Jesus perdoe-me a descrença.

Não deveria vós, com a vida fazer-te o mesmo?

Seu destino será o meu, incompleto.

Serei apenas observado pêlos anjos.

Não poderei mais enxergar tua luz, pois levastes a minha.

Serei agora um cavaleiro errante e sem rumo, onde os caminhos que me cercam,

não mais induzirão meus passos.

Serei tragado pelo desconforto da vida ao estar só.

Que a mim venha a essência velha da morte.

Levai-me aos braços da minha amada para que assim

eu possa beijar-te o rosto e sentir-te o corpo.

Levai-me ao desconhecido e deixai-me vagar,

entregue aos ventos do esquecimento ao eterno...