Tempestade

Deixo o vento pintar minha dor

Depois a Lua partirá meu ego

Não vou chorar

Nem teimar essas vestes,

Um horizonte de planos esquecidos

Em algum porto ou qualquer

Outro lugar que o vento desfez.

O coração perfurado

Baila o seco som da vaidade,

Nessa contabilidade da dor

Os olhos se calam, nem dormem.

Submersos na ilha desfigurada

Cheia de canções perdidas.

Quero escrever a dor

De dentro dela no estado mudo

De noites sem caminho

Que choram e perdem.

ICE... São Paulo, 07/10/07.