Nada adianta

De que adianta
escrever poemas
se nas noites
frias, na solidão,
você não está
aqui para lê-los
e eu segurar
tua mão?

De que adianta
deixar bilhetes e
juras de amor,
se agora mesmo
estou sozinho,
com seu cobertor?

De que adiante
escrever e ouvir
uma canção,
se foi-se embora
o que fazia bater
mais forte
o meu coração?

De que adianta
saber escrever,
sonhar e rimar,
se não tenho
mais você
(e nunca tive)
se por mais que
me esforcei,
não obtive

Se agora você foi,
e eu fiquei,
nessa cidade,
nessa chuva
que levou nas
suas águas
o meu coração?