Eu e a solidão

Pensei que seria mais fácil lidar com a solidão

Mas esse confronto com o meu eu interior

Está desequilibrando o pouco que há de razão

E eu provando de imensa e profunda dor.

Reconheço que facilitei o trabalho do desatino

Colocando-me no atual ponto desta estrada

E aquele outrora ingênuo e doce menino

Tornou-se o homem de emoção tão destroçada.

Desatento, cego pelo comodismo que imobiliza,

Ou pelo ego sutil e intimamente dominado

Não vi cada ação que ao amor esteriliza

E hoje colho os frutos do plantio mal semeado.

Não! Claro que nem tudo foi assim tão ruim

Houve indescritíveis e vários momentos de prazer

Mas, com o devido cuidado seria outro o fim

Pois para valorizar, eu tive que perder.

A auto confiança excessiva, desmedida

Fez-me cair, inexoravelmente, por terra

Porém, de diversas batalhas se faz a vida

E ainda está longe de terminar esta guerra.

Assim, erguido do chão, sujo e ferido

Limpo as chagas, seco as lágrimas, é o jeito

A solidão é dura mestra e o conteúdo repetido,

Mas não me levarão eles ao último leito.

Cícero – 11-04-2020

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 11/04/2020
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