O Dia em que Almejei ser Normal

O dia em que almejei ser normal

Arranquei a primeira flor da estrada

Matei um pássaro com a pedra da minha intolerância

Cortei os pulsos com os cacos de meu espelho

Toquei o impossível e o real me deu as costas

Odiei quem me amava e peguei nas mãos de quem me odiava

Queimei casas e sonhos com minha falta de razão

Esqueci de voar e me agarrei no asfalto escaldante

Chutei o primeiro na minha frente, e fui chutado por outro nas costas

Nessa hora, meus inimigos declarados, o espelho e o tempo

Me contavam uma triste estória

Quase perco minha mente, desde o dia que almejei ser mais um

Agora tomo a decisão mais dura que já tomei

Largo tudo agora e volto a ser quem eu realmente era.

Um louco, só, mas convicto.

Agora me sinto mais leve

Meu corpo flutua e minhas asas se refazem

Volto a voar e sou feliz assim

Quando passar das nuvens vocês não me verão mais

E nem estarei ao alcance das pedras que me jogarem

Antonio Basrha
Enviado por Antonio Basrha em 16/10/2007
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