Apatia
Um olhar de intemperança frente a própria moderação. A madureza dolor a fitar o vazio ríspido da disposição.
Teu rosto é mero retrato furtivo em algum molde
Para memórias diluídas em amônia.
Tu és feito de membranas opacas que barram a vista.
Os olhos já não atravessam a substância que o esculpe,
Ficam presos na névoa de vidro - instância que fragilmente o guarda dentro da paralisia de uma isca -
No oco de mim, ouço estampidos que ensurdecem a
Ferida vibrante do breu encarcerado, tu ou algo que
Assim nomeio, adormece, latente e desfigurado.
Parado, teu molde aprisiona a vida em memórias,
Já não sei se tu vives ou se afigura um sentimento
Passado, já não sinto tua pulsação através do quadro.