Meu mundinho

As travessas da minha rua

não param nunca

são carros que passam e se atropelam,

cachorros que latem e se esguelam.

Perco o dia observando a bajulação,

da vizinha com o filho do empregado,

da filha do empregado com o porteiro,

em frente ao portão.

Minha janela é o meu mundo

alegoria dos egoístas

Pra mim não existe outro mundo.

Meu mundo é sem saída

Volta e meia, quero sumir,

não do mundo da janela,

volta e meia, quero sair

mas não há porta, só há janela.

Felipe Alexandrino
Enviado por Felipe Alexandrino em 23/10/2007
Código do texto: T706564
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.