PRISÃO DOMICILIAR*
na varanda
o sopro de uma vida se espalha
sem espelhar nas tuas asas,
o vôo peco do viver
ah, bem-te-vi!...
queria, como tu,
burlar tempo
entranhar-me ao vento
para arribar a cada alvorecer
vá ao largo, bem-te-vi!
o azul do céu está em chamas,
e, nele, paredes profanas
maculam teu planar:
sê esperto
suficiente para que não morras,
bem-te-vi...
há refúgio no pomar.
*Inspirado no texto de Djalma Filho