Reino de cinzas

A beleza livre espalhada

Desfilando alegre como borboleta

Carente mão fechando-se desesperada

Esmigalhando o vazio na escuridão

Solitário com olhos brilhando

Opacos e molhados de lágrimas

Um demônio observa em silêncio

Vendo outros a alcançar seus sonhos

Piedosa a chuva o acaricia

Pois ele é o único que a sente

Dispensado e ignorado

Não há aurora em seu coração

Se trombetas soam a anunciar

Triste destino de perdida criatura

Ninguém parece escutar

Ninguém parece se importar

E sua raiva queima

Como flagelo em chamas

Abandonando-o cercado

Por um reino de cinzas