O belo

A que realidade pertence o belo

tão excludente quanto perversa

por uma estética que versa

atrocidades como o nazismo

nada mais pode irradiar feiúra

nem teu remédio necessário à cura

nem tuas vestes do modismo

nem tua alma sem sepultura

Imperativo estético aos corpos

juízo aos expectadores tortos

que excluídos do padrão beleza

nas galerias encontram tristeza

sorrisos sem dentes e sem luz

das fezes que a estética produz

Há um cocô bonito alí

e um escarro tão lindo aqui

Não basta apodrecer...

Tem que belo ser

Até o último verme

Até o último verme

Lucien Pires
Enviado por Lucien Pires em 13/12/2020
Código do texto: T7134237
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