Soneto de Quando Morri

As quatro paredes deste quarto triste

Me sufoca de pavor e pena

Ao reviver a imortal e triste cena

Do morrer de alguém que ainda existe.

Eu, fora de mim, sou quem assiste

O pouco de vida que me envenena

Angústia e carga numa vida pequena

Beber o veneno e de viver desiste.

Vejo-lhe os olhos calar o peito

Urros e gemidos finda o efeito

E a dor é arrancada do íntimo fundo.

Trancou o livro da pouca sorte

Se despede da vida e abraça a morte

Encontrando a paz no desejo profundo

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 19/01/2021
Reeditado em 09/03/2021
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