MEU CORAÇÃO DESABAFA
Sozinha adormeço,
Esquecida dos sonhos,
Dividida na minha saudade,
Solitária na minha busca
De alcançar a imensidão
De um amor que não existe.
Sentimentos se confundem,
Emoções que se escondem,
Carinhos que se reprimem,
Ausência que eu necessito.
Dentro de mim abafo o grito
E a vontade de te ver,
Guardo o desespero em mim,
Sou metade de ti,
Pedaço de alma a morrer,
Meio coração, meio tudo.
Sou o silêncio do nada,
Sou a ventania calada,
A flor que já não perfuma,
Um ser que não sabe mais
Para onde ruma.
Vejo a solidão me dominar,
O relógio marcando o tempo
Incrivelmente longo a passar,
São horas intermináveis,
Segundos e minutos indesejáveis
Marcando a minha saudade,
Contabilizando teu esquecimento,
Cronometrando meu sofrimento.
Saudade que me devora,
Que me distancia de ti,
Feitiço que não vai embora
E me quebra por dentro.
Penso em fugir ao teu encontro,
A noite custa a passar,
O dia não amanhece
E eu aqui a pensar
Tudo que a alma padece
Nesse amor que me consome
Enquanto pronuncio teu nome
E a solidão deita comigo,
Companheira fiel que me espanta
O sono, os sonhos e desencanta
A ilusão da tua presença
E me brinda com as lágrimas
Que meus olhos choram,
Por guardar em mim tanto amor
E já não ter mais
O brilho do teu olhar em mim
Que a solidão roubou
E saudade em seu lugar deixou
Dos lábios que a minha boca beijou,
Do sorriso que se apagou,
Da morte que me dominou,
Luz brilhante que se apagou,
Que a vida pra longe levou
Contigo todo meu amor.
By Denise Nogueira, em 02/11/2007