Grades e Argolas
Desperta, levanta e abre a janela
E a vida lá fora vem a lhe sorrir
Contempla o céu e as coisas da terra
E agradece a Deus e diz que é feliz
Acerta o relógio e faz o seu momento
A vida é um passatempo na dança das horas
Ignora a mim e aos meus sentimentos
Que se não te distrai por certo te consola
Ah! Quero crer que às vezes eu até te alegro
Lamento mas não sei fazer outra canção
Mas é só ela que trago cá dentro do peito
E na voz que ecoa do meu coração
Que vive da canção e dela se alimenta
Bem mais que as migalhas vindas do teu pão
E aquece minha alma e ela se contenta
De tudo que a mim foi ofertado...em vão
Quis a sorte ou não assim eu ter nascido
E como merecido deu-me estas argolas
E fez de mim brinquedo do teu egoísmo
Quem sabe porque o mundo não me quis lá fora
E fez de tantos sonhos minhas negras asas
Mas...pra que quero asas se eu posso voar
Por mares e montanhas, por cima das casas
sem nunca ter visto a vida...por mim sequer passar
Ah! Mas o céu pode esperar...
E eu vou cantar...eu vou cantar...