Anjo negro

Um anjo negro

Feito gato, subiu no telhado...

Fez um miau amargo,

Um olhar, de desinteresse

E, pulou!...

Sem olhar para trás,

Querendo apagar do mapa,

Suas outras seis vidas passadas...

Pois, não tinha nada a comemorar...

Então é fato!

Não dá para se fazer mais nada!

Além de brindar, com uma cachaça barata...

O miado, que o nego deu!...

Tendo só a lua,

Por testemunha

E, a calçada fria,

Como amparo...

Lembranças, pelo meio fio,

Sendo absorvida...

Ficaram as marcas,

Como uma triste poesia...

Um verso, triste declamado,

Em um urro!...

Um breve miado,

O qual, deixou registrado,

Suas memórias inglórias

E, se despediu...

Partiu!...

Não ouviu, um adeus!

Nenhum bilhete,

Nem, uma triste linha!

Apenas, as marcas na calçada...

Que, o amparou!...

Foi uma noite tão triste!

Brindaram as lembranças, de ti,

Que por aí, ainda existem....

Demarcaram,

Aquele pedaço da calçada,

Onde, tu tombou!...

Em um surto de luto,

Que, se tornou página virada!

Uma triste história, de solidão

Que, ficou assinada

No meio fio, da cidade,

Das multidões...

Um gato, miou

Um anjo negro

Se tornou...

Quando a lua

O resgatou...

Da fria rua

Da vida dura...

Alexandre Samambaia
Enviado por Alexandre Samambaia em 01/07/2021
Código do texto: T7290951
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