CAMINHADA

Pensamentos atordoados
Uma trava no peito
As palavras doem
São como ácido
Em minhas veias.

Nada faz sentido
Tudo faz sentir
Até o beijo do vento
Queimou meu rosto
Ao colidir com meu corpo.

O universo me bagunçou
Tornou caótico
O meu estado
É tanto caos
Que descalço parti
Sem rumo
Na avenida da desilusão.

Desculpas peço ao leitor
Que nada tem haver
Com essa trama
Que se entranha
Nas entranhas
Do meu mundo.

Mas é que hoje tudo se fez sentido
De forma intensa
Salientando minha dor
De forma descabida.

Corri feito um louco
Pela escada de incêndio
Buscando incinerar o caos
Em vão
Só se fez aumentar o fogo.

O porteiro encabulado
Teve dó desse desorientado alvoraçado
Disse-me para respirar a noite linda
Que se estendia sobre o céu
Do lado de fora de mim.

E o sabido tinha razão
Pés no chão pela avenida
Olhei pro alto e lá estava
Ela
Lua
Desinibidamente
NUA
Toda sorridente
Sorrindo da minha aflição.
Xícaras de Prosa
Enviado por Xícaras de Prosa em 16/08/2021
Reeditado em 16/08/2021
Código do texto: T7322178
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