O Homem Só

Na janela bate um vento frio

Que esquenta um coração gelado

Termina o dia sem nenhum brio

Segue a rotina do que lhe foi dado

Com passos largos, altivo, errante

O olhar vazio tudo desdenha

A mente cinzenta sempre distante

Com indiferença a jornada empenha

Na solidão vai procurando abrigo

Longe do mundo e do maldito rebanho

Não tem amor, nem tem um amigo

No meio da massa se sente um estranho

É só mais um em meio à multidão

Sobrevivendo anestesiado, segue

Ninguém se importa com sua condição

Desce uma lágrima e ninguém percebe

Triste e vazio, sozinho morreu

Numa tarde fria com céu nublado

No seu velório ninguém apareceu

Debaixo de chuva foi enterrado

Olhem essas pessoas solitárias

De onde será que elas vêm?

Ninguém se interessa, elas são necessárias?

Alguém se importa com o que elas têm?

BChaves
Enviado por BChaves em 24/08/2021
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