Sozinho

Eis me aqui, me encontro novamente... só!

Sentado e cabisbaixo, cercado, por mim mesmo.

São dez ao todo, todos me olham,

e reagem com tônus facial diferente.

Eu sei quem são, sei seus nomes...

A dor, o insolente, a tolo, o orgulho, a vergonha...

O forte, a alegria contagiante, o sábio, o amigo, o romântico.

Cada um expressa o que representa.

Todos os olhares e sentimentos exclusivos a mim.

Atrás deles, me olhando entre os espaços,

rodeando o cerco, rindo, sedento...

É meu anjo caído, meu monstro,

o meu pecado capital... a ira!

Ergo a cabeça lentamente,

olho detalhadamente para todos eles,

uns sorriem, outros me desdenham

Olho para o meu monstro, ele tenta entrar...

Mas desta vez não consegue,

não permito que se aproprie,

não permito que se alimente,

eu não me permito o alimentar mais.

Volto os olhares sobre mim, sobre todos eles.

Não tenho mais medo, eu aceito, eu quero.

Não tenho mais ódio, eu aceito, eu quero.

Me aceito, me quero... finalmente!

Sozinho, mas agora não me sinto mais só.

A solidão é a minha maior glória!

A solidão é o meu maior triunfo!

Olhos para eles... sou eu.

Não nego, não fujo, aceito, quero... sou eu!

Meu anjo caído segue, entre os espaços,

Não sorri mais, não esta mais sedento,

mas agora, desesperado e aflito.

Ouço barulho de correntes,

ele esta acorrentado, eram minhas, agora é dele.

Fecho os olhos e abro lentamente,

não tem mais o cerco,

mesmo sem as barreiras,

o anjo caído recua,

até sumir na escuridão.

Me levanto e suspiro profundamente.

Sigo em frente de cabeça erguida,

Sinto me mais forte.

A solidão é minha maior glória!

A solidão é meu maior triunfo!

Angelo Vintecinco
Enviado por Angelo Vintecinco em 11/09/2021
Reeditado em 11/09/2021
Código do texto: T7340261
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