O tempo vem como resposta.

O preço de todas as coisas

Junta ao peso que elas tem

O endereço concorrido

O quesito bem avaliado

A altura da queda

A palavra bela

Esquecida, quando houvera de ser dita

Era bonita, pena que deixou de lado!

Como a espera impiedosa pelo trem

Trem do tempo que passou

Um pedido, o olhar perdido

O fim da estrada que desaparece

Nada, esquece, ele não vem

É flor que brota e cai pra virar fruto

É sombra na calçada

Escombros de passado

Nada, esquece, ninguém veio...o tempo vem

E você, parado ali no meio do caminho

Um doce amargo que ficou

Deixando o gosto, a dor que não se sente

Sentada no lugar vazio

Um vago de recordação

Hoje você diz palavra

Pra depois saber que ela voltou pra responder

O vento sopra o fim do mundo e volta

Mesmo assim não desanime, não desista

As flores vão caindo no caminho

Deixam pistas pra saber voltar

Voltar pra onde?

Há sombras na calçada

Cuja escuridão pelo deserto esconde

O luar desaparece

Resta sempre a estrada

O preço, a medida, o peso que elas tem

Fecha os olhos pra velar

Sonhar teu sono, merecido sonho

Esquece, ele não vem.

Edson Ricardo Paiva.