UM PORTO, UM NAVIO

Vejo a tênue luz do resto de um vela,
que está queimando junto de uma janela,
tendo como fundo somente a escuridão.
O silêncio que estou sentindo ao meu lado,
e uma foto bem recente do meu passado,
que está me lançando nessa eterna solidão.

Lado terrível da vida,
que faz doer a ferida
sangrando meu coração.

Não e só la fora que está assim tão escuro,
em tudo um negrume que esconte meu futuro,
no mar da vida,nenhum porto para me receber.
Nunca aceitei, não aceito, e não me acostumo,
andando sem nada ver, sou um vulto sem rumo,
não tenho em meus dias, um único amanhecer.

Tenho a alma que chora,
uma vontade de ir embora,
sem um motivo para viver.

Aqui quem escuta o meu choro e o queixume
e esse único visitante, um solitário vagalume,
e o sinal de vida nesse meu rancho tão frio.
Lembranças estacionadas em minha memória,
que significa um ponto final em minha história,
sem nenhuma alegria, nesse mundo tão vazio.

Nessa existência sofrida,
quero despedir da vida,
afundar com esse navio.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 25/09/2021
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