Pra eternidade.

Eu não sei de nada

Queria entender

O que existe pra ser eterno

Nunca é maior que uma nuvem

Que a paisagem na lembrança

Não, não entendo esta vida

A alegria fingida de dia

Da alma que acorda rasgada

O olhar que se fecha e divaga

Veneno cortante

De flecha zunindo

Esse ar que se rarefaz

Senta, sente assim

Cada gargalhada, cada passo

O sereno cansaço

Só pressa é quem cumpre a promessa

Aquilo que destoa

É coisa à toa que não vale a pena

Resta a alma ensimesmada

O chorar só pra si

Seu sorriso às avessas

A colheita da escolha fria

Plena, pequena, perfeita, vazia.

Edson Ricardo Paiva.