Cavidade

Algo parece estar

prestes a me sufocar,

Sobe e desce a garganta

Um silêncio e um vão,

Uma cavidade onde

O coração recosta.

Parece choro preso;

Aperto de saudade,

É isso e clara vontade

Não sei do quê; o tom

De olhar da chuva;

Da noite acompanhante.

A verdade é que

Nem sinto de verdade

O pulso de meu corpo.