Solidão

 

A muito me agasalho das paredes do quarto,

Não dou gemido, não reclamo, não me acho.

Os segundos fazem questão de presenciar,

Cortar a luz do quarto a seduzir os atos.

 

Bebo sozinho buscando o sabor do vinho

Ele ficou na adega guardado, quem dera

O resto dos cômodos frios tivessem ninho.

São cômodos sem cor, vida, nem quimera.

Olho pelas janelas e o silêncio implora

Dia amanheça, e trás os pássaros de outrora.

Canto e canto, cantem e tragam as fantasias.

A imobilidade do presente trancou as alegrias,

As carícias. As chaves foram jogadas fora.

 

 

 

Observacão:

Eu não sou solitária. O meu texto é que é. Ok?

Leiam o Pavilhão. Está bonito. Cheiro pra todos.