Tudo bem.

Era a vida

Quase sempre um quase

Era esperar pela espera

Tudo bem não estar

Esquecer-se num final de tarde

E se deixar

Era meio um resultado que não veio

Olhar pro céu, sem nunca olhar o sol

Meio que um pneu furado, meio cheio ainda

O pano de fundo, um esquecimento

Deixar de lado e se perder no mundo

Esperar pra sempre por um instante

Tem sempre outra coisa:

O inadiável, o plenamente possível, o mais importante

E também tinha o também

E tá sempre tudo bem não ser

Tinha também, sempre, o futuro

Aquele que não vem

Mas tá tudo bem, te juro

Foi-se a luz

Tá mais escuro agora

Vai-se a vida, sem demora

Tudo bem, tá tudo bem

Te juro

Tudo bem!

Edson Ricardo Paiva.