Minha mentira

Sabe, o dia é comprido

Meu passo é distante

Quem sabe se eu volte

Nessa estrada branca

Não sei se segurarei sua mão

Não sei se... Quero voltar

Meus passos são longínquos

Meu destino é correr

Com as lágrimas nos meus olhos

Aquieta-te peito meigo

As mãos não virá e não quero voltar

É grande o vazio onde estou

Se eu fechar os meus olhos...

Provavelmente não irei abri-los

Como a flor que abre para o mundo

Faz frio nesse meu mundo

Vivo longas insônias da noite

Mas sonho muito com monstros

Devorando minha terra do nunca

E meu abismo abrindo-se pra mim

Eu derramo um canto suave

Além de um coração solitário

Há uma criança chorando

Pedindo o amor de alguém

Quem virá?

Desvaneios navegam minha mente

Atrasam meu poema e...

Não sei, não sei o que mais dizer

Se tudo que penso e sinto

Fosse como se nada fosse verdade

Como o corpo da madeira avermelhado

Queima minha alma e encolhe

Estou nu em uma sala escura

Só há eu e o escuro de mim

Quem virá?

Como saberei enxergar no escuro?

Se eu mesmo vendei meus olhos

Como irei gritar se eu me calei ?

Como direi que amo alguém...

Se não amo.

O sol vai morrendo e a lua nasce

As nuvens escurecem minha estrada

Nublam meu caminho empoeirado

Plantei em meu jardim lindas rosas

E elas não se abriram para mim

Eu morri... Eu me vi...

O que irei dizer pra mim ?

Que mentira inventarei dessa vez?

Guardei uma verdade e ela mentiu

A dor agora me rouba e me mata

Qual será a maior perda se me perdi

Como saberei se estou sorrindo

Se em meus olhos transborda você sabe o que

Como verei o raiar do sol....

Como me levantarei se não estou vivo.

Pedro de Sousa
Enviado por Pedro de Sousa em 07/06/2022
Reeditado em 07/06/2022
Código do texto: T7532863
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.