Medo de Viver Morrendo
A cruz sagrada firme está,
só a mim não representa.
O Deus que antes a tanto quis.
Agora jaz parlenda.
Uma das dádivas de crescer, eu acredito.
Abraçar o que não se pode explicar.
E aceitar que muito do dito, é mito.
Não vale a pena protelar.
A violência sim, existe.
O caos, a dor, a fome e a miséria.
Num mundo que não tem pena de si,
Vale mais quem viva da pilhéria.
Eu morro, diariamente.
Sem cansar de esmurrar paredes.
Trabalhar é pros fortes, dizem.
Mas, só os pobres morrem de sede.
Desejei muito a morte, confesso.
Maravilhada e totalmente iludida.
É que esqueci que antes de morrer,
Tinha de ter estado viva.