Medo de Viver Morrendo

A cruz sagrada firme está,

só a mim não representa.

O Deus que antes a tanto quis.

Agora jaz parlenda.

Uma das dádivas de crescer, eu acredito.

Abraçar o que não se pode explicar.

E aceitar que muito do dito, é mito.

Não vale a pena protelar.

A violência sim, existe.

O caos, a dor, a fome e a miséria.

Num mundo que não tem pena de si,

Vale mais quem viva da pilhéria.

Eu morro, diariamente.

Sem cansar de esmurrar paredes.

Trabalhar é pros fortes, dizem.

Mas, só os pobres morrem de sede.

Desejei muito a morte, confesso.

Maravilhada e totalmente iludida.

É que esqueci que antes de morrer,

Tinha de ter estado viva.

Ladra de Tinta Seca
Enviado por Ladra de Tinta Seca em 17/07/2022
Reeditado em 17/07/2022
Código do texto: T7561782
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