Uma velha amiga

Ela veio como um relâmpago

Anunciando a tempestade

Tão pavorosa em sua majestade

A companhia inevitável

Há muito tempo eu não a via

Tão cinza, amarga e fria

A cicatriz que já não doía

Me incomodava mas não sentia

Tão ardilosa e tão mesquinha

Eu a repudiava, mas ela me pertencia

Ela era quem mais me magoava

E a única que me compreendia

Ela estava sempre presente

Ela sempre me queria

Ela nunca me fez falta

Mas ela nunca me abandonaria

Ela me traz tanta tristeza

Mesmo perto da alegria

Ela não se importa se me consome

Ela não se importa se me agoniza

Ela é quem eu mais odeio

Mas é a mais verdadeira amiga

Por mais que não a suporte

Ela é o meu abrigo