ANDO SÓ
Ando só
As vezes zonza, outras vezes precipitada
Tenho a mão crispada e o olho revirado
É loucura que já passa do tempo
Passa com força, levando o que consegue arrancar
Ando só
E o meu cabelo vira crina ao vento
Dou coices sem avisar
Corro arfando o meu esforço
E por mais terras que eu pecorra
Volto sempre para o mesmo lugar
Ando só
E encarniçada reviro lixo
Agrido como cão ferido
Mordo quem tentar me conter
Fujo, sem nem pestanejar
Ando só
E não vou em frente
Também não quero voltar
E nem pego desvios
Me agarro, me finco, no lugar
Ando só
E me falta argumento
Nesta conversa que já se estende
Já passou a sua vez de falar
E a minha , há muito, deixei para trás
Ando só
E permaneço só