Meus Medos

Tu eras a poesia que eu não queria ler,

E chorava por dentro, e por fora, fingia não te afetar.

A cada dia definhavas, mesmo assim eu não quis saber.

Com meus desafetos imaginários, tratei de “te engavetar”.

Por desdém ou insegurança, sem maldade, te fiz sofrer.

Teu amor puro, sincero, sub julguei ao deletar.

Me esperavas esperançosa, enquanto eu, te esquecia.

Em meio ao tanto faz, eu não procurava conexão,

Mas em meio a tantos outros, era eu, quem tu enaltecias!

Acreditas-te no amor e recebes-te desilusão.

Eu fui frio, insensível ... Poderia ser diferente

Absorto, lhe joguei ao limbo, lhe impus à reclusão.

Na verdade, por medo de sofrer, eu suplantei um grande amor.

Pensando em mim, por tanto, meu agir foi inconsequente.

Hoje no fim da estrada, percebo, que pra nós dois só causei dor.

Ah... se o tempo volta-se, eu, com certeza teria feito diferente.

Me entregaria ao seu amor de forma avassaladora;

Deixar-me-ia mostrar-me a você, ser-me-ia mais transparente.

Usurparia do seu amor da forma mais encantadora.

Entregando-me o seu amor da forma mais benevolente,

Mas... Entreguei-me aos meus medos, na forma mais alienadora.