A solidão

Foi como uma chuva de verão

Iniciou-se pequena e sem significado

Mas com o tempo foi tomando seu Espaço

Veio rápida e molhou o chão.

Não foi funda e logo evaporou

A esqueci igual Bira de criança

No entanto, ela ficou na lembrança

E de repente ela retornou.

Agora veio tomando seu espaço

E eu a deixei, e ela foi se apossando

Fincou raiz no chão e foi se enraizando

Agora ela está em quase tudo que faço.

A solidão é uma criação de um mundo seu

A solidão é ter seu espaço como eu tenho o meu

Ela é viciante como doce de festa infantil

Depois que chegou nunca mais parti-o.

Se pensarmos bem todos um dia estaremos só

Nascemos sozinhos, crescemos e morremos sozinhos

Então a solidão não é algo temeroso

Ela é uma linha tênua, sem nó.

Não devemos temer a solidão

Mas também não devemos nos viciar

Ela é remédio pro doente fatigado

E veneno pra quem não a souber usar.

A solidão é ternura de um ser corajoso

Ter um momento para si e necessário

Neste quesito devemos ser egoísta

Pois a solidão é um abraço fraterno e amoroso.