Transcrições XIX

As madrugadas já não são tão dóceis

Recorto papéis ao som do silêncio

O beijo do amanhecer me aquece

As luzes brilham registrando os inquietos momentos

Os amores se abraçam

Os guardas se vigiam

O asfalto sobrevive às gerações

Estou preso em grades

Numa redoma de vidro e concreto

E tenho todas as chaves

Sentado numa cadeira desvalida

Preso nas infelicidades que semeei

Acompanhando as peripécias do audiovisual

Vazio de sentimentos

E cheio de desejos

Das mais cruéis, puras e impuras emoções

Como é difícil amar

Encantar-se dia a dia

No caos encontrar poesia

Dessalgar as lágrimas

Conjugar a incerteza

Estou ofegante

Traduzido na mais infinita ansiedade

Liberdade? saudade? verdade?

Eu tenho todas as chaves

Mas o que sobrou das fases...

Ronaldo Crispim
Enviado por Ronaldo Crispim em 06/11/2023
Código do texto: T7926144
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