Soturno

Eu sou a tristeza dos dias vazios,

A escuridão que envolve a alma,

O silêncio que oprime os sentidos.

Sou o ruído dos passos solitários,

A bruma que assombra o mar,

O sussurro de um adeus.

Sou a dor que não ameniza,

A lembrança de amores perdidos,

O tormento do tempo que se esvai.

Sou uma navalha que vaza a carne,

O canto maligno do corvo,

A oração suplicante do eremita.

Vou assim persistindo indolente,

Como o caranguejo do mangue poluído

Que almeja aquele verdume de outrora.

Alessandro Swinerd
Enviado por Alessandro Swinerd em 27/12/2023
Código do texto: T7963378
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