Solitude

O meu mundo abre na clava

da chave desconhecida,

sinto a prontidão do mundo

que me socorre o portal

na entrada da percepção.

Grito pelo meu silêncio

ermo, o d'álma que afastada

é um calar fantasmagórico,

vejo o inverno dos suicidas

e o calor de lá me aquece.

A estrada dos eremitas

é o destino contemplado,

sou o calar da madrugada

que os urubus se apagam.

A doçura da carniça

que alimenta nas retinas

o deleite coletivo.

Solitude nas gotículas

dessa chuva introvertida,

evocando o melancólico 

sofrer, que por natureza

é mar da dor escorrida.

A distância ensina morrer:

o meu autoconhecimento.

Quando só, reflito o mundo

e o pensamento cadáver,

mas quando em multidão,

morre meu ensimesmamento

autêntico e individual.

 

Reirazinho
Enviado por Reirazinho em 09/03/2024
Código do texto: T8016187
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