Inimigos altamente perigosos

Inimigos silenciosos

em meio as sombras me observam

e preparam de muitos modos

planejando a minha queda...

Inimigos sorridentes,

Elogiadores contumazes

se aproximam de meu coração

e me estendem até as mãos

e me cumprimentam como grandes amizades...

Inimigos velados

não percebem que exalam de si o que são

energia deletéria que maltrada

o meu solitário coração...

E eu tenho que conviver

com toda essa gente muito boa

muito honesta

que se apresentam como não são a todas as pessoas...

Inimigos perigosos

que pensam que tenho medo no meu coração

de perder o que não seguro,

pois que tudo se esvai a cada momento

e o instante seguinde é o que vem

e não se prende a ninguém...

Não seguro nada,

bebo água, sentido uma liberdade

bebo mais água, por necessidade

para conviver com esses seres deprimentes...

A hora se aproxima pavorosa,

haverá gritos, e maldições,

ranger de raivas os corações

desses seres que me preparam muitas siladas...

A hora pavorosa está já no tecido da Moiras

Ninguém vai escapar,

E quando me procurarem para vingança,

Que foi grata, sempre grata até hoje

ao meu ato de respirar...

Não haverão de entender

como pude me escapulir de tantos laços

não sabem que Deus me traz em seus braços

acalmando meu coração sempre muito aflito...

Inimigos perigosos

da cor das sombras, nelas invisíveis,

mas além dos olhos há com que se veja

além de corpos e falsos risos,

de falsas aperdatas mãos,

de falsas dedicações

aos juramentos mais e mais sagrados...

Inimigos perigosos

cavam as próprias sepulturas

no ardil diabólico de quererem me calar,

eu que não falo

que prefiro o silêncio,

que sou pessoas e multidões em mim mesmo

que dialogo o tempo todo

um monólogo constante

que vem de Deus até meus sentimentos

me enlevando a cada agrural momento

em que tenho que conviver com esses

seres bestiais...

Não tenho ódio nem sede de vingança

Não preparo nenhum teia para ninguém

que cada um ande como ande como queira

e cada um recolha dessa vida

aquilo que mais dela deseja

para continuar em sua lida...

Inimigos perigosos

eu os respeito de todo o coração

e o desafio que me fazem viver

como a andar em gumes afiados

tem sido um intenso aprendizado

e tonado cada passo uma intensa vitória

não de uma batalha

mas de toda uma guerra

que luto com mãos tão calejadas

e com pés sangrentos de longas caminhadas...

Não sabem de onde vim

nem por onde passei

se sofri se fui feliz

se chorei se fui abandonado

se trabalhei, se roubei ou fui roubado

se conheço a selva e o despenhadeiro

se cair se lenvantei se sangrei

se revivi, se morri, se continuei

se voltei

se me desolei

não sabem pelos meus olhos minha jornada...

Confundem o tratar bem a boa e humilde educação

com fraqueza, com baixa qualidade

de caracter,

não sabem quatas vezes eu me afoguei

naqueles rios lá de Barra do Corda,

não ouvem os ultimos uivos de bois sacrificados

a machadadas, não sabem, não sabem

quanto sangue já chorei...

Inimigos perigosos

meus filhos são meus filhos

são fortes, são intensos,

e meus filhos andam comigo

dentro de mim a me incetivar

que jamais desista de uma luta ardida

que jamais fuja,

pois fugir é fraquejar...

Deixe, dizem eles cá dentro

eles virem e tentem nos matar...

Inimigos perigosos

inimigos de natureza muita baixa

diante da própria pequenez hão de ruir

e eu passarei por aqui também,

e mais forte ainda serei,

pois não conseguiram me matar...

Nem jamais conseguirão.

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 26/03/2024
Código do texto: T8028520
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