Grão De Areia

Grão de Areia

Fragmentada minha alma

Em grão de areia do meu ser

Partícula que se precipita de mim

Num ato de pensar...

Tento esvaziar-me de tudo

De cada pensamento que grita

Pela pura necessidade de existir

Pelo questionamento de todas as coisas

Ora pelo simples fato de preencher

O questionário vazio agravado pelo tempo

De tantas questões, que nem sei

Onde me encontro num porquê

Quiçá numa resposta...

Só entendo que me cupi

No nada que sou nesse universo

És tu de nada pra tentar ser

Sou grão de areia que despreza o deserto

De tantas questões, emoções, razões

Que se lança ao vento do esquecimento

Sem querer ser, ter ou existir

Sou tudo do nada diante de ti

E teus olhos nem me ver

Pois tem tanta matiz no mural do vazio

Das almas que se consomem dentro de si

Mas tudo falam de mim

Eu sou cheio de pensamentos perdidos

Que silêncio dentro de mim!

Quero ser o eco de minhas ausências

Presente na penumbra dos meus olhos

Pois nada tenho a dizer numa retórica rica

Que nunca consegui descrever...

A dor nutrida por sentimentos

Contida nessa lágrima que desprende

Dos meus olhos tentando algo dizer

Sou grão de areia que ao carpir no deserto

Na minha solidão tenho vontade de gritar

Até como criança chorar...

Sem ter as respostas pra minha alma

Silenciam em mim todos os porquê?

Pra outra vez voltar a perguntar

Ricardo do Lago Matos

Ricardo Matos
Enviado por Ricardo Matos em 10/04/2024
Código do texto: T8038795
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