ESPREITA

Quase sem querer, fico a olhar

Esta rua, este caminho.

Às vezes, vejo surgir um vulto

Que me vem ao encontro.

Balanço a cabeça mansamente

São recordações que me perseguem:

Ora és tu surgindo glorioso,

Ora és tu partindo calmamente.

As emoções, que mesmo agora, efervem

São as mesmas d’um outro tempo,

O teu sorriso fazia um tremor surgir,

A falta dele deixa este vazio em mim

Ainda existem a rua e suas características,

Existe um caminho e um descaminho,

Existe, ainda, um vulto, uma sombra morena.

Um coração solitário, minha face amena.

Mesmo agora, que nada mais existe,

O teu fantasma teima em me espreitar.

Eu espio, ele, me olha,

Queremos saber: Qual de nós um dia vai chorar?!!!