ABRAÇADO COM A SOLIDÃO

Sentado ao lado do sepulcro idolatrado,

Semeie minhas dores de penúrias

Pelos dias no qual adormeci chorando,

Em que a solidão me lançava as injúrias.

No murmúrio profundo sem acalento,

A torrente hora me unirá aos mortos.

Sem dor, sem alegria e com tormentos,

Largarei pelo caminhos meus amores.

Hoje bebo o licor amargo dos dissabores,

Perambulo pela penumbra do esquecimento.

Lembro-me de ti sem sentir as dores,

De não poder beijar-lhe nesse momento.

Sem nenhuma esperança para me acalentar,

Minhas lágrimas perdidas na escuridão.

Em meu solitário exílio, longas horas passarão,

Nos tristes martírios de dor a me devorar.

Nos ermos sem um promissor futuro,

Desacompanhado pelos tortuosos caminhos.

Quando no alto da noite fiquei no escuro,

Senti perdido sem o acalento de meus pais.

Tentei ser forte o bastante naquela noite,

Mesmo com as ventanias agonizantes.

Naquele suplício afundei-me em meu leito,

Para esquecer o desprezo daquele instante.

Marolla
Enviado por Marolla em 04/03/2008
Reeditado em 27/10/2010
Código do texto: T887111