O cavaleiro solitário, por Tenório Valjean.

É tarde

Ainda que isso possa transpor centenas de sentidos;

Simplesmente, é tarde

Tarde pra queixar-se à alma a culpa

O vento as tempestades

As palavras, o silêncio

E que procuro ainda assim?

O sol se foi

E com ele não levou só a luz

Levou a vida que cresce porque ele existe

Ainda assim, que tenho eu de sol?

Que penso eu sobre entregar a existência a outrem?

Não existe sol em minha vida

Se sou assim

Ao menos não fica a hipocrisia de culpar

Quem não tem culpa:

Ninguém tem culpa.

Calma-te, coração

Não há de morreres sem ao menos ser irrigado

Onde existe morte sem água?

Respirar é morrer

Nascer é morrer

E que procuro, ainda assim,

Eu da vida?

Deixa-me quieto

Teu silêncio é meu tejo; meu progresso

Sonhar me ocupará a mente

Deixa-me assim,

Só.

Diego Guimarães Camargo
Enviado por Diego Guimarães Camargo em 21/03/2008
Código do texto: T910890