VÁLGAME DIOS
Pois nenhuma expressão
Em português ou qualquer
Neolatina românica
Paulatina - germânica
Anglo saxônica
Expressaria com a exatidão
Do sentido
Pela menina sã,santa
De gestos mínimos e fala mansa
Dadora de licenças. Doadora
A própria indulgência
Mãe do verbete mãe
Sara,cura, sacra
Plácida benevolência.
Nem verbetes clássicos
Encontrariam maior sapiência
Ao quererem quitar-lhe o braço
Com uma dessas guilhotinas
-Pudera, era só um braço!
Diria.
Com forçada candura - no caso.
Colgado no ombro o cotoco de braço
Poderia.
Em ocasião outra , quiçá.
Todavia , até sua elegância polida
Teve como dever dar trégua.
O outro quis negociar:
- O dedo tiro-te , então.
É para já!
Com ou sem qualquer razão
A mãe de câncer:
Paciência!
Selvagem , porém sem própria defesa
Cederia à carne em desistência
Resistência á dor
Sem o dedo andaria
Sem presteza,
sem auto-amor.
Mas, para qualquer surpresa
A voz erguera
Dissera: - Não!
Que nem unha daria
Quanto mais a dor a ali pedida.
-Sou gente!Ainda que não saibas tu,
ainda que não saiba eu.
Simples.Mente:
tão errada e acertada.
Não pago por mau serviço.
Não dar-te-ei o braço.
Enlaço: ainda que não saibas tu, é meu.
E mais nenhuma expressão
Senão a mesma
Do latim vulgar
Defensora da mãe sem defesa:
Válgame Dios!