Versos Podres (de Solidão)
“No meu mundo um troço qualquer morreu”
(Cazuza)
Às vezes eu torço pra que me ataque um louco
E dispare contra meu peito
E me force ir pra um além
Sem culpa, sem culpa...
Às vezes eu forço a mágoa mexendo a ferida
E choro por nada sentir, no banheiro
E no chuveiro
Confundo as lagrimas e a água olhando o espelho
Vendo a água descer pelo ralo, até a fossa...
Não há silêncio nem sequer melodia para este músico-fracasso
Quando o corpo torpe de vinho e de saudade e de raiva e mágoa e solidão...
Não, não há culhão pra enfrentar a vida nessa hora morta pela glória vil!
Nefanda matéria de restos sentimentais,
Guardo a tristeza e a solidão no bolso do peito e saio a ver o sol.
Sou mais feliz assim, quando a felicidade parece-me vestígios utópicos
Transparentes e inodoros de um sonho que eu quisera ter.