Silêncio

Alta noite! Os sonhos não vêm.

Céu grande e liso

Ao longe, o mar e as ondas fugitivas

Aqui, eu e meu pensamento.

De repente um aroma de perfume

Coisas invisíveis

Num instante passa um breve vento

Tudo é mais tranquilo no silêncio

É certo que se desprendem fantasmas,

indultos apaixonados e pacientes tristes.

Mesmo assim tudo fica no silêncio

A noite faz-se imensamente triste

Há um desespero sobre a vida

Uma esperança na morte

No meu olhar que mira

E o coração cansado, sangrado e inforte...

No entanto, em minha memória circula

Uma espécie de música

Na solidão, suas notas se anulam

Porque tudo é silêncio!

Tudo não deve passar do silêncio!