ENTRELINHAS

Poesias não falam.

Bocas não gemem.

Mãos não tocam.

Não quero o hálito

Quente da noite...

E luas frias, escondendo-se

em sombras...

Nem o afago roto de lençóis

Que não me envolvam.

Poesias não calam.

Bocas não tremem.

Mãos não rompem.

Preciso insulflar risos

Leves, poemas densos.

Salivar insanos planos

De fuga, adormecer sem

Analgesias...

Poesias não curam.

Bocas não murmuram.

Mãos não mentem.

Não quero o dia triste, a

Luz do meu corpo apagada,

E o vento morno da madrugada.

Preciso roçar meus olhos, em outros

Olhos, que saibam chorar...

Empunhar meus sonhos.

Desbravar minha essência.

Poesias não mentem...

Luciane Lopes
Enviado por Luciane Lopes em 09/04/2008
Reeditado em 09/04/2008
Código do texto: T938883
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