ENTRELINHAS
Poesias não falam.
Bocas não gemem.
Mãos não tocam.
Não quero o hálito
Quente da noite...
E luas frias, escondendo-se
em sombras...
Nem o afago roto de lençóis
Que não me envolvam.
Poesias não calam.
Bocas não tremem.
Mãos não rompem.
Preciso insulflar risos
Leves, poemas densos.
Salivar insanos planos
De fuga, adormecer sem
Analgesias...
Poesias não curam.
Bocas não murmuram.
Mãos não mentem.
Não quero o dia triste, a
Luz do meu corpo apagada,
E o vento morno da madrugada.
Preciso roçar meus olhos, em outros
Olhos, que saibam chorar...
Empunhar meus sonhos.
Desbravar minha essência.
Poesias não mentem...