SOLIDÃO




É mesmo isso
Que massacra o peito
E da raiz ao limbo da nossa alma
Dissipas um amargo cruel

Diante dela o sol fica estático
E se interioriza
É a que traz num guindaste a desilusão
A que execras o teu sorriso e o sono,

Os dias são negros...
E os caminhos são murchos
Dominas o nosso dorso e laringe
Que se perdem feito líquido
No sumidouro do espelho,

O sangue coagula-se
E num desespero se encolhe
Em um canto vazado

Atravessa o escorço do nosso coração
E nos afunda nos olhos da quimera

Em vis domínios
Estrangula o desejo que temos de adquirir
O desenho ou mesmo a silhueta do amor,

É uma ruína impressentida
Um vidro ferido no ácido
É uma pedra coagulada no aço.

A solidão é mesmo isso...