Face inóspita
Solidão líquida
Sobre barcos de tristeza.
É inútil sonhar
Se o sonho só acentua
A saudade vestida em lágrimas,
Só retalha ainda mais
O coração dilacerado.
No palco do tempo
Vidas são bordadas
Com os mais caros dos tecidos,
Mas de perto infinitas são às vezes
Que não se pode viver nenhuma.
Solidão reclinada
Cala meu riso, rastro
De um limite ébrio
Que tenta embuçar certas horas
Onde a face inóspita
Arrisca sorrir e de mãos dadas
Sem força ou reflexo
Percorre noites abstratas
Que engolem o fluxo da consciência
E transbordam no vazio cinza da solidão.
Jane Krist.
Um pouco mais magra, meio abatida, mas trilhando meus passos...
São Paulo, 26 de Abril de 2008.
Ouvindo entre Nina Simone e a música que segue...
Fogueira
Composição: Angela Rô Rô
Por que queimar minha fogueira?
E destruir a companheira
Por que sangrar o meu amor assim?
Não penses ter a vida inteira
Para esconder teu coração
Mas breve que o tempo passa
Vem num galope o teu perdão
(...)
Deixa eu cantar
Aquela velha história, o amor
Deixa penar, a liberdade está também na dor
Eu vivo a vida a vida inteira
A descobrir o que é o amor
Leve pulsar do sol a me queimar
Não penso ter a vida inteira
Pra guiar meu coração
Sei que a vida é passageira
E o amor que eu tenho não!
Quero ofertar
A minha outra face à dor
Deixa eu sonhar com a tua outra face, amor