ALMA DESALMADA
deixar a alma dormir sem um desejo/ ampla, fúnebre, lúgubre / vazia/ como uma catedral abandonada!..."
Olavo Bilac
...Essa fronha de cetim,
essa alma molhada de lutos.
Lugares macios, vazios?
Dorme feito criança depois
da frustração, engolindo soluços.
Dorme, feito mulher depois
da rosa que não veio, do seio
sem a boca que o enrijeça.
Essa alma sem jeito, encaixotada...
sem selos, sem remetentes.
Um tédio de amargar doçuras, de
atravessar avenidas e continentes.
Essa lua de marfim, querendo nascer
pela metade, sem rasgar.
Essa alma em mim, visitando (en)cantos
salvadores...
LuciAne 17/05/08
poesia On LIne