VIAJANTE

Nesta época triste e conturbada,

Os caminhos são acidentados e finitos,

Por isso, viajante, recomeçar é preciso,

Recomeçar, muitas vezes sem chão, do nada.

Nesta curta e atribulada vida,

Tudo passa, tudo fende, tudo escorre...

Por mais odorante, charmosa e colorida,

Toda rosa, um dia, se pende e... morre!

Sempre! Que se comece a vida inteira de novo

É preciso (quando o novo falece e jaz no passado),

Porque mesmo que fugaz, ainda que dure pouco,

A vida áurea é — linda valsa — um laurel dourado.

Dura é a sentença ir(recorrível) de reviver

Na lembrança o pesar que se deseja esquecer,

E não pensar o mundo com amor, com doçura,

Como o pensa a criança, esta flor tão pura!

E se me enseja o momento um epíteto

Para sintetizar o enredo dos tempos idos,

Proponho, sem medo de errar, no epílogo:

Valeram a pena todos os sonhos vividos.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 03/02/2016
Reeditado em 03/08/2017
Código do texto: T5532651
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