Estrelas distantes

Entendo que queira esquivar-se do meu olhar

Acenar para um taxi que dobra a primeira esquina

Acordar de novo nos braços de um antigo amor

Levar nos olhos o sol, no coração a liberdade.

Não gosto de festa

Fujo de gente

Detesto imposto de renda

Não vou a churrasco

Estou cinzento e cansado.

Entendo que motivos não faltam

Mas, podíamos amar na poesia

Em lençóis de versos costurados a mão

Encontro de amores dispersos na neblina.

Seus versos são cheios de viço

Os meus, se os entendo pulsantes de voz

E somos nós na Via Láctea, estrelas

Braços distantes da mesma espiral.

Ah! Que mistério é esse entre o céu a terra

Que vã filosofia a nossa que não entende

Que boca a minha que diz que não fala o seu nome

Que fogo é esse que consome.