NA METADE DO ANDOR

Entrei no circulo do sexagenário

estou já no meio da curva, da meia idade

a curva agora que me levam as dores na coluna

a curva do tenta aqui, tenta ali, mas não deu

a curva do acho que consigo,

dos quem falam, parece que ele se esqueceu

A curva agora do cansaço, fadiga continua

a curva dos meus pensamentos confusos

a curva da contemplação do meu passado

do que fiz de certo ou de errado

A curva agora do silencio, da renuncia, dos anseios

da sinusite, da faringite, e o reumatismo

da diabete, do colestero,l e triglicerídios

a curva dos remédios caros, de meus medos

da falta de sono, dos pesadelos

se dormindo ou acordados, não parecem diferentes.

A curva da velhice dependente

a curva que aproxima mais e mais agente,

da eminente morte frente a frente

as horas que agora são mais contadas

a curva que agora não comemora mais os anos

apenas o tempo que segue para o abate,

já vivido com o tempo pela estrada,

e o circulo já está bem no centro, falta apena um detalhe

para enfim: ir ao encontro

de quem me trouxe a esta vida amada.

autor; nildoaires

Ivanildoaires
Enviado por Ivanildoaires em 30/03/2016
Reeditado em 30/03/2016
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