Poeta sem-teto

Ando pelo mundo

Sem eira nem beira

Com trajes imundos

Não há quem me queira.

Da calçada fria

Faço meu colchão

Em noites sombrias

O que resta é a solidão.

A cidade caminha

Homens e seu ternos

Minha vida desalinha

Num mundo subalterno

As palavras fazem-me sonhar

E reescrever um novo destino

Compelem-me a imaginar

Antigos sonhos de menino.

Só não permito-me sofrer

Com uma vida predestinada

Se o véu obscurecer

Será isso e mais nada.

Prí Gomes
Enviado por Prí Gomes em 21/04/2016
Código do texto: T5612305
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