Ruas de terra

Ponho na mochila poucas mudas de roupas

Vai que eu não volte, mas não sou tão louca.

Sou poeta, me poupe do seu julgamento

Guardo no bolso esquerdo um caderninho e uma caneta

Para fazer poesias com consoantes de apoio

Apoiados por leves pensamentos

Com o vento que leva a leve fumaça do meu cigarro

Levo comigo a experiência de jovem vivida

Sem muita sorte e nem muitas amigas

Observando os espetáculos que a vida dá

Caminhando pela rua e não pela calçada lá vai eu

Com passos longos e apressados

No mundo de hoje não se pode parar

Escutando o barulho dos meus passos faz na terra

Levando susto pelos carros rápidos passam por mim

Braços e cabelos soltos

Olhando sempre de um lá para outro

Nunca para trás

Para não ser atropelada pelos carros ou erros e verdades

Na rua que é a vida

Aquela rua ruim terra e cheira de pedras

Que quando chove vira lama

Quando não, vira apenas poeira

Não importa o que aconteça não se pode parar

Pois a lama pode sugar

E poeira te sujar

Tem seguir em frente e caminhar

Levo comigo a leveza dos poetas

Quando saio não tenho a certeza de voltar

Mas sim que minhas poesias vão está por aí

Que nem eu, pelos ventos leves que me leva os leves pensamentos

Sempre caminhando, sempre em movimento.

Alomorfia
Enviado por Alomorfia em 12/05/2016
Reeditado em 12/05/2016
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