Ruas de terra
Ponho na mochila poucas mudas de roupas
Vai que eu não volte, mas não sou tão louca.
Sou poeta, me poupe do seu julgamento
Guardo no bolso esquerdo um caderninho e uma caneta
Para fazer poesias com consoantes de apoio
Apoiados por leves pensamentos
Com o vento que leva a leve fumaça do meu cigarro
Levo comigo a experiência de jovem vivida
Sem muita sorte e nem muitas amigas
Observando os espetáculos que a vida dá
Caminhando pela rua e não pela calçada lá vai eu
Com passos longos e apressados
No mundo de hoje não se pode parar
Escutando o barulho dos meus passos faz na terra
Levando susto pelos carros rápidos passam por mim
Braços e cabelos soltos
Olhando sempre de um lá para outro
Nunca para trás
Para não ser atropelada pelos carros ou erros e verdades
Na rua que é a vida
Aquela rua ruim terra e cheira de pedras
Que quando chove vira lama
Quando não, vira apenas poeira
Não importa o que aconteça não se pode parar
Pois a lama pode sugar
E poeira te sujar
Tem seguir em frente e caminhar
Levo comigo a leveza dos poetas
Quando saio não tenho a certeza de voltar
Mas sim que minhas poesias vão está por aí
Que nem eu, pelos ventos leves que me leva os leves pensamentos
Sempre caminhando, sempre em movimento.